Num lugar isolado a uns 2 km da povoação de Obanos, desviando-se um pouco do caminho que conduz directamente a Puente la Reina, durante aquela que será a quarta etapa (teoricamente), encontramos este lugar que é considerado com um dos mais singulares e emblemáticos de todo o Caminho - Santa Maria de Eunate.
Esta igreja tem uma lenda que achei curiosa e interessante e que numa partilha de cultura popular, divido convosco.
A lenda de Eunate-Olcoz
Narrado por um mestre pedreiro
"Quando eu fui incumbido de esculpir a entrada da igreja de Santa Maria de Eunate senti-me lisonjeado. Decidi trancar-me longe de tudo a ver se me vinha inspiração divina para que pudesse criar uma obra prima, mas quando regressei reparei que um pedreiro gigante havia completado o trabalho que me tinha sido encomendado.
Indignado, fui visitar o abade, que não quis ouvir as minhas explicações e fez questão de tornar claro que a minha ausência foi considerada uma falta de respeito para com os monges e ele próprio. Como castigo, ele ordenou-me que esculpisse um trabalho idêntico, que eu teria de fazer no mesmo tempo que o gigante demorou: três dias, nem mais nem menos.
Em desespero, dada a importância da tarefa, embrenhei-me na floresta com a firme intenção de invocar o diabo. Contudo, a bruxa de Laminak teve pena de mim e revelou-me um segredo mágico que resolveria o meu problema.
Seguindo o seu conselho, eu tentei arranjar uma pedra de lua que uma grande cobra segurava na sua boca. Teria de deitar essa pedra para o leito do rio durante a noite de São João (que coincidiria por aquela zona com o Solstício de Verão).
Com a luz da lua a reflectir naquela pedra, eu assisti ao milagre. Mas algo correu mal, a fachada do edifício estava de trás para a frente, como uma imagem reflectida no espelho. As pessoas estavam espantadas e o gigante furioso, deu um pontapé tão forte na igreja que esta foi parar numa povoação vizinha.
Aos que de vós forem curiosos devem saber que podem admirar o meu trabalho na igreja de Olcoz, com a mesma fachada mais ao contrário da Igreja de Santa Maria de Eunate."
Não sei que tipo de moral se poderia tirar desta lenda, mas aplicando-a a esta aventura, há coisas que não vale muito a pena nos pormos a pensar, mais vale dedicar-mo-nos logo a fazê-las, porque por vezes ao pensarmos demais perdemos a nossa oportunidade ou desistimos antes de as fazer.
Porém esta etapa não terá terminado sem um momento alto... ficará para amanhã!
Esta igreja tem uma lenda que achei curiosa e interessante e que numa partilha de cultura popular, divido convosco.
A lenda de Eunate-Olcoz
Narrado por um mestre pedreiro
"Quando eu fui incumbido de esculpir a entrada da igreja de Santa Maria de Eunate senti-me lisonjeado. Decidi trancar-me longe de tudo a ver se me vinha inspiração divina para que pudesse criar uma obra prima, mas quando regressei reparei que um pedreiro gigante havia completado o trabalho que me tinha sido encomendado.
Indignado, fui visitar o abade, que não quis ouvir as minhas explicações e fez questão de tornar claro que a minha ausência foi considerada uma falta de respeito para com os monges e ele próprio. Como castigo, ele ordenou-me que esculpisse um trabalho idêntico, que eu teria de fazer no mesmo tempo que o gigante demorou: três dias, nem mais nem menos.
Em desespero, dada a importância da tarefa, embrenhei-me na floresta com a firme intenção de invocar o diabo. Contudo, a bruxa de Laminak teve pena de mim e revelou-me um segredo mágico que resolveria o meu problema.
Seguindo o seu conselho, eu tentei arranjar uma pedra de lua que uma grande cobra segurava na sua boca. Teria de deitar essa pedra para o leito do rio durante a noite de São João (que coincidiria por aquela zona com o Solstício de Verão).
Com a luz da lua a reflectir naquela pedra, eu assisti ao milagre. Mas algo correu mal, a fachada do edifício estava de trás para a frente, como uma imagem reflectida no espelho. As pessoas estavam espantadas e o gigante furioso, deu um pontapé tão forte na igreja que esta foi parar numa povoação vizinha.
Aos que de vós forem curiosos devem saber que podem admirar o meu trabalho na igreja de Olcoz, com a mesma fachada mais ao contrário da Igreja de Santa Maria de Eunate."
Não sei que tipo de moral se poderia tirar desta lenda, mas aplicando-a a esta aventura, há coisas que não vale muito a pena nos pormos a pensar, mais vale dedicar-mo-nos logo a fazê-las, porque por vezes ao pensarmos demais perdemos a nossa oportunidade ou desistimos antes de as fazer.
Porém esta etapa não terá terminado sem um momento alto... ficará para amanhã!