quinta-feira, 24 de junho de 2010

12º Sinal | Às portas da praça de toiros de Pamplona, olé!

O dia para mim chega ao fim. Foi bonito pela paisagem e pela cidade, intenso por fazer e partir sozinho para uma etapa onde finalmente pude estar comigo mesmo o que me deu para um ataque de choro no lusco fusco do nascer do sol. Estava a ouvir a musica que coloquei num dos posts anteriores quando me bateu fundo estar a concretizar um sonho, mas que foi muito sofrido para chegar aqui ao longo de quase um ano. Só pensava que raio de vida foi vivida e me conduziu até aqui, era preciso passar por tudo isso? Como sempre ou quase sempre, se calhar era. Um sonho... em vias de concretizar mas que falta ainda tanto. Ponho-me a projectar os dias futuros e perco a noção do que falta... Dia após dia e ponto final. O calor começou a dar sinais de abrasador no pior sentido da palavra, amanhã estou em marcha a partir das seis, queria cinco mas um português que concluiu o caminho de ida e volta aqui, disse que não valia a pena. Espero que esteja correcto.
Pamplona é cidade a voltar. Grande movimento nas ruas multicoloridas, catedral de respeito e uma praça de toiros que pouco mais deu para ver do que as portas. Tenho continuado a conhecer gente entendida como tal... Sempre a acrescentar nacionalidades... Lição de hoje, tanto no caminho como na vida temos de estar preparados para tudo. Ps: hoje fui nomeado cozinheiro, fazendo o almoço e jantar do clã espanhol com quem tanto tenho compartilhado o meu tempo. E bebi o primeiro vinho da rioja do caminho com o português Mário de Espinho, o tal que terminou aqui. O vinho não é mau...
Como diz um amigo meu, e tudo começou à mesa com pão e vinho.
Mais havia a dizer mas vai ter de ficar para depois do regresso, uma vez regressado a casa poderei fazer uma versão mais detalhada de tudo. Assim espero que este pouquinho vá servindo para dar uma pequena noção do que é isto tudo. Apesar de não ter aprofundado nada até agora, acreditem... Isto é mais que andar de um sitio para o outro ... Toda a vivência interior todos os "questionamentos" nos fazem mexer, despertar o que estava adormecido, inquietar o que não se sabe, e gerir o imprevisto de cada passo. A vida é bela (e dura) de mochila às costas.

11º Sinal | Ando à procura da minha sapatilha mas já cheguei




Dia que corria às mil maravilhas até que a chegar a Pamplona, o Amauri um rapaz francês que apanhei pelo caminho me pergunta pela minha segunda sapatilha que vinha presa na mochila. So me apeteceu dizer asneiras, nada disso... Disse mesmo. Fiz cinco quilómetros para trás até a uma ponte ao pé de um albergue em Vilalba que tinha sido aí que um peregrino a tinha visto. Perguntei no albergue e a senhora disse que o frade realmente também tinha visto uma na ponte. Mas agora nem sinal dela. Voltei a Pamplona na companhia do Benjamin. Tenho de ver se desenrasco aqui qualquer coisa. Sem muitas palavras, mais digo que Pamplona é imensamente bonita e este albergue é brutalmente bom, diria de cinco estrelas. A vida de mochila às costas é bela...

10º Sinal | Banda Sonora da manhã

A 3 Km de Pamplona, esta é a energia que anda por aqui...

9º Sinal | Deitar cedo e cedo erguer espero que dê saúde

Hoje pelo que tem custado as pontas finais de cada etapa, levantei-me às quatro e quinze para sair às cinco. Fui o primeiro a sair mas a habilitar-me a perder-me no escuro porque podemos deixar escapar uma marca de sinalização. Vinte minutos de caminho e até agora tudo vai bem neste teste de levar as sandálias calçadas. O escuro acaba por ser nosso amigo tira-nos o impacto visual das subidas. Desde o pronto amanhecer... Em direcção a Pamplona não tarda nasce o sol.