domingo, 4 de julho de 2010

35º Sinal | O dia do arroz cubano


Hoje foi o dia mais tranquilo até à data, ficamos em Hontanas, uma aldeia com quarenta e cinco habitantes. O albergue de Santa Brígida é praticamente uma unidade de turismo rural onde se fica muito bem instalado. Muito próximo da igreja da povoação inclui umas ruínas da casa mais antiga da povoação que terá cerca de 500 anos. Dia para conversar, por os pés de molho numa fonte de água gelada e experimentar o famoso arroz cubano, ainda que sem um ingrediente chave da receita, a banana frita. Ora bem, este prato é feito com arroz branco, ovos estrelados, salsichas, e polpa de tomate. Tudo aos pedaços e bem misturado. Lembrei que há dias experimentei o calimocho, mistura de vinho com coca-cola. Há gente a levar disto no cantil. Deve ser melhor que redbull. Amanhã vou fazer novo teste, a ver se já posso andar. Testar 10 km apenas a ver como corre. Por um lado fica o receio de asneirar outra vez. Mas é risco a correr, já não há paciência, para dias sem por os pés a andar. A vida é bela de mochila às costas.

34º Sinal | Encontros imediatos de terceiro grau

Podia começar isto de muitas formas, mas ontem dia de Burgos, foi um dia surreal, mais um. Dia das festas de Burgos, dia de loucura na rua, continuo a ficar muito contente quando vejo as charangas e fanfarras na rua a tocar, tem uma qualidade nos arranjos actuais e uma energia positiva fantástica.
Almoço em boa companhia, dos três da vida airada, José, Julian e Judite. A tarde estava a ser enfadonha, quando baixei da camarata e vim à zona de convívio. Apareceram o Bernd e o Peter que há dias apareceram numa das fotos. E este foi o início de um encontro imediato de terceiro grau. Peter é para-médico no exército alemão, e esteve a aconselhar-me sobre o que fazer com o pé, sobre a medicação e afins. Entretanto comecei a falar do que me anda a deixar ansioso, o caminhar, o chegar, enfim de tudo um pouco. Enquanto falava e contava histórias da minha vida, o Bernd, o Bernardo alemão, me pergunta quando é que eu fazia anos, 28 de Setembro disse-lhe eu, foi a segunda quase coincidência, ele faz a 29. Restou-me perguntar que idade tinha, 33, o mesmo que eu. E foi-me partilhando que há medida que lhe ía falando da minha vida que ele se revia em muito da minha maneira de viver as coisas e na parecença de alguns acontecimentos. Enfim tudo ficou muito estranho, as semelhanças no nome, idade, data de nascimento, acontecimentos semelhantes a ocorrerem exactamente no mesmo período das nossas vidas. Tudo demasiado surreal. Entretanto fomos ver o jogo de Espanha a um pub Irlandês que de Irlandês pouco tinha, enquanto vinham as cervejas veio também um pires de azeitonas, o Bernd ofereceu-me mas eu não aprecio, o qual me diz que ele também não. Tudo era estranho como um irmao gémeo, uma vida paralela noutro pais. Há coisas fantásticas e estranhas. Ainda assim a vida é bela de mochila às costas.