quinta-feira, 1 de julho de 2010

31º Sinal | A pé novamente ou talvez não


Alvorada! Hoje acordei às quatro à conta de querer começar a andar hoje. Sai eram quase seis à conta de uns atrasos de uns companheiros de viagem. Após seis quilómetros de caminho o meu pé esquerdo continua a doer. Pondero parar na primeira povoação e não fazer mais estragos. Tenho de ser consciente que se quero ir a algum lado, tenho de estar melhor e não devo arriscar a grande exprimentações. Por isso, o meu dia termina aqui em Granon, se houver autocarro. Ok, não havia, mais três quilómetros e tal, o que dá quase meia etapa. Foi bom ter continuado, cruzei-me com o peregrino polaco que está a fazer caminho desde a Polónia, e ainda me cruzei também com um peregrino norueguês que socorri à dois dias atrás quando ele estava quase a desfalecer. É bom ver gente conhecida. Troquei palavras também com uma dinamarquesa, ela deu-me um bom conselho... Andar a um passo mais lento, mas ao passo recomendado por ela mesmo assim a coisa não marchava bem. Enfim, não consigo deixar de ficar um pouco aborrecido e farto desta situação. Ainda assim, a vida é bela.

30º Sinal | Santo Domingo à quarta-feira, a revelação musical

Até à data e no resto do caminho parece que não poderei jamais estar melhor instalado. Este albergue é quase um hotel. Sítio a ficar. Foi um dia muito low profile, marcado pela despedida do Senhor Salvador de Bilbao, o companheiro de mi alma como me chamou. Grande pessoa que ensinou detalhes culturais e me fez descontrair com bastante sentido de humor. Bem hajas Salvador. Mas o dia teve mais dois pontos altos. José, jovem agricultor de Alicante, uma máquina a andar e a simplicidade em pessoa. O Pepe revelou-se como um tocador de flauta exímio proporcionando uns bons momentos musicais. O outro e último foi o acrescentar à lista mais dois amigos de mais uma nacionalidade diferente: África do Sul. Um casal de mais de estudantes medicina que proporcionaram uma boa e longa conversa. Coisas simples, coisas boas. A vida é bela de mochila às costas, mesmo em dias em que falta o ânimo.