Alvorada às quatro da manhã, apenas com três horas e meia de sono. Porque ainda tive de embalar ao som do valente ressonar do Maxi. Tudo arrumado, quase a pôr-me ao caminho quando no meio do escuro dou um passo em falso e dei uma queda de uma altura suave de meio metro, mas estatelei-me no chão. Susto refeito, fiz-me ao caminho com os colegas de caminho de hoje, Julian, José e Dani. Pela madrugada é maravilhoso andar, fresco e a luz do raiar do sol é qualquer coisa que nos faz pensar que se fosse sempre assim seria fácil. Tudo correu bem até o sol começar a apertar nas últimas duas horas de etapa, entre as 10 e pouco e o meio dia e qualquer coisa. O calor arrasou com qualquer energia que pudesse haver, mas foi bom ao chegar, ter ocorrido a casualidade de que um senhor regava a relva em frente ao albergue e pude refrescar os pés. Durante os 30 km de hoje partilhei o caminho com os três mosqueteiros franceses, senhores na casa dos sessenta anos que são da Região da Normandia, temos cruzado e falado bastantes vezes, já os retratei fotograficamente, um dia partilharei.
O mal deste dia foi que o grupo começou a dividir-se, uns ficaram numa aldeia uns 10 km atrás. E separámo-nos sem dar por ela e sem nos despedir, resta a esperança de pelo menos poder recêbe-los em Santiago, se não for antes. Ontem despedi-me das duas irlandesas, ainda que trocámos números e vamos falando e quanto mais não seja estaremos juntos em Santiago também. Provavelmente virão a Portugal para a Exposição de Fotografia. As despedidas são o lado triste do caminho. O Caminho é o viver o ciclo de uma vida inteira num mês apenas, porque passamos por tudo o que vida nos pode proporcionar. Por isso tudo é tão forte, intenso e vivido e tudo custa mais que o normal. Companheiros de caminho estou convosco. Até já. A vida é dura mas bela e rica de mochila às costas. Amanhã quase 40 até Leon.
O mal deste dia foi que o grupo começou a dividir-se, uns ficaram numa aldeia uns 10 km atrás. E separámo-nos sem dar por ela e sem nos despedir, resta a esperança de pelo menos poder recêbe-los em Santiago, se não for antes. Ontem despedi-me das duas irlandesas, ainda que trocámos números e vamos falando e quanto mais não seja estaremos juntos em Santiago também. Provavelmente virão a Portugal para a Exposição de Fotografia. As despedidas são o lado triste do caminho. O Caminho é o viver o ciclo de uma vida inteira num mês apenas, porque passamos por tudo o que vida nos pode proporcionar. Por isso tudo é tão forte, intenso e vivido e tudo custa mais que o normal. Companheiros de caminho estou convosco. Até já. A vida é dura mas bela e rica de mochila às costas. Amanhã quase 40 até Leon.
4 comentários:
Vais necessitar de um camião da TIR para poder albergar todos os amigos que fizes-te e vais fazer.
O que vale é que o tempo passa mas "esses amigos" vão ficar para sempre.Que bom.
Ultreia
o Chefe
logo após ler-te aqui li o que hoje um amigo meu partilhava no FB dele... partilho aqui pois há coincidências que não conseguimos explicar, 2 amigos tão diferentes 1 de longa data, daqueles que sentimos como irmãos e outro recente, virtual, que existe mas ainda não conheço, mas que se tem dado a conhecer de uma forma singular e me tem feito viver momentos únicos na partilha de um caminho por onde me leva e que eu apenas posso deixar mensagens de incentivo e apelos ao meu Deus para o acompanhar.
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"
...Fernando Pessoa
beijo e continuação de bom caminho
Companheiro, estou contigo ;)
Bjinhos,
Ondina
Sim, é triste ver partir. Mas o teu caminho, ainda não acabou, com certeza voltarás a encontrar alguns deles e a parte boa é: vais conhecer muitos vais que também vão valer a pena. Por isso: sorriso nos lábios, que os próximos também merecem :)
Beijinhos grandes,
P.S. ainda não recebi nenhum postal ;)
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